quinta-feira, 1 de abril de 2010

Projetos (cof) de vida.

A alguns dias atrás, enquanto ouvia a música "A Passeio", do disco homônimo dos conterrâneos "Porcas Borboletas", comecei a me perguntar o que realmente estava "no lugar" na minha vida, e o que poderia vir dela em um futuro próximo. Mais uma vez, como em toda e qualquer viagem que se passa em minha cabeça, nada seguiu uma linha lógica/cronológica muito bem delimitada, fazendo com que eu concluísse meus pensamentos em como seria um show fictício da minha banda fictícia, na beira de uma praia provavelmente inexistente. Pensei comigo mesmo: "Assim se formam meus projetos de vida?". Quando isso veio à tona em minha cabeça, me lembrei de uma situação que passei a um tempo atrás: No início do último semestre letivo essa foi uma das "tarefas de casa" escolhida por uma professora no curso de psicologia da UFU: faça o seu projeto de vida. Lembro-me de pensar naquela época: "Como assim, faça seu projeto de vida? Como isso pode ser (aparentemente) tão palpável e lógico para todos os outros 40 alunos, e para mim se basear em "sonhos infantis"?". Acabei dizendo que queria abrir um restaurante. É engraçado como é tão difícil para mim ter alguma certeza, até mesmo quanto ao que eu quero agora mesmo, o que dizer de daqui 10 anos! Nessas horas me sinto cada vez mais "a passeio pela vida, sem saber qual é a rota". Talvez meu projeto de vida seja chegar, algum dia, a fazer um projeto de vida decente. E aí vem outra música dos mesmos conterrâneos: "Tem Gente". É, tem gente que simplesmente não sabe.

4 comentários:

Unknown disse...

algumas pessoas tem o poder de não almejar mais do que a falicidade com a vida que leva.
de fazer o melhor AGORA e se orgulhar disso.
vc so não viu ainda que é assim, se comparando com aqueles que vivem sempre num futuro que provavelmnente nem venha a existir

Unknown disse...

Não há quem tenha vindo ao mundo por vontade própria.
A vida é uma força anônima que demora até achar um nome. Por mais que tenha
florido num encontro de desejos. Tudo começa num tempo e num lugar. Como por
acaso. Mas só aparentemente. Porque o tempo nunca é só de alguém, e o espaço é
sempre de muito mais gente. O agora e o aqui já eram de outros, antes de serem
nossos. De toda uma sociedade, de um país, de um mundo inteiro. Nos quais todos
somos, por que dele nascemos. E é para ele que vivemos, apesar de só mais tarde
podermos o compreender. Tudo encontramos já feito à chegada. Tudo deixaremos à
partida. Contudo, nesse breve instante entre um e outro tempo, tudo é ao mesmo
tempo nosso e muito mais que nosso. Gestos de uns, que foram sonhos de outros.
Esperanças que hão de vir a ser memórias. O sempre diverso a brotar, para
convergir no mesmo. Nascemos num mundo já pronto: os pais, a casa, o lá fora, e
um dia a escola. Só começamos a perceber-nos disso ao iniciar esse longo,
infindável processo de transmissão, pelo qual recebemos o saber que é de todos.
E vamos aprendendo a fazer nossa a diversa experiência de cada um que estão
conosco. Vamos aprendendo até o dia que nos achamos pronto pra enfrentar o
próprio saber. Ah, o saber! Esse começamos por recebê-lo passivamente. Depois
vamos gradualmente acomodando a cadeia de decisões pela qual cada vida humana
se impõe e distingue-se das outras. E, tal como a cada um de nós, assim
acontece e acontecerá aos outros. É por tudo isso que o acaso é uma ilusão. Só
um nome para designar o que não podemos entender. É por isso que ninguém nunca
está só, mesmo que um dia o sinta.


DIEGO

Anônimo disse...

gosto tanto das coisas que você escreve...

Vívian

Seni0re disse...

curti! eu quero ser ginecologista daqui a 10 anos hehehe

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